segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Hospital Pediátrico



Temos sido incendiados com a certeza de que um grande manifestar do Senhor dentro dos hospitais está prestes a ser derramado. Enfermos levantando de seus leitos dançando entre os corredores, cantando “Jesus passou por aqui”.

Mas para que ELE venha, é preciso construir um lugar ! Estamos utilizando a musicoterapia como ferramenta para esta “construção”, mas voltamos tudo para a parte da adoração. Tem sido emocionante entrar naquele hospital sabendo o que Jesus fará por aquelas crianças. E o mais impressionante é que o trabalho com música está sendo tão aceito que temos acesso a todos os leitos, a todos os corredores que quisermos entrar, inclusive fomos convidados a tocar para as crianças da UTI, que realmente estão entre a vida e a morte.

Formamos um coral que está sendo motivo de muita alegria para nós, para as crianças, para as mães e até mesmo para os funcionário do hospital . Estamos ensaiando todos os dias para o natal e como tem sido gratificante. De vez em quando algumas crianças passam mal ou precisam tomar a medicação e fazer curativos, precisando sair um pouquinho, mas elas gostam tanto de cantar no coral que logo voltam como se nada tivesse acontecido. Ontem, um dos meninos mais lindos, com quem nos apegamos em amor, estava cantando e teve uma crise (ele tem problemas respiratórios) e começou a tossir e ficar extremamente sem ar, correram para levá-lo ao médico, mas antes de terminar o ensaio, lá estava ele de novo, feliz e contente sempre me cutucando para eu ver que ele estava cantando.
Nessa mesma semana, uma menininha linda chorava com dores, ela tem um grave problema no osso da perna que apodreceu. Não conseguimos fazê-la parar de chorar enquanto falava “tá doendo muito, muito”. Tem dias que ficamos com o coração bem apertadinho vendo a situação de enfermidade dos pequeninos e também, o sofrimento das mães, andamos pelos corredores ansiando que Jesus venha andar ali.

Muitas vezes as crianças cantam tão entusiasmadas que podemos ouvir o som das vozes pelos corredores, isso realmente tem trazido um “ar” diferente para o hospital.

Que vocês possam continuar conosco em oração, o Espírito e a Noiva dizem vem!

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Avivamento real na Escola Bíblica






Aqui em Lunda, estamos maravilhados com a ação de Deus em nosso meio. Montamos uma escola biblica para moradores de rua, e está sendo tão poderoso. Não temos paredes, nem prédio, nossa escola funciona na rua mesmo, mas Deus tem comparecido com glóoooria. A presença Dele faz toda a diferença e está causando uma revolução no meio deles. TEmos tantos testemunhos de vida nesse tempo que estamos trabalhando com esses rapazes, que para a sociedade não passam de mendigos, repudiados e rejeitados, mas para Deus e para nós, são especiais como um verdadeiro tesouro.

TEmos visto tranformação de vida e de caráter, posso dizer que é um manifestar de avivamento poderoso, mas não um avivamento almático e emocional, mas um avivamento real. Muitos já não usam mais drogas, um deles que era traficante, se converteu de forma tão sincera que já não mexe mais com drogas, e ao contrário de antes, onde nunca o encontravámos sóbrio, agora é ele o que anda mais sério entre os rapazes. Nunca mais o encontramos nem mesmo alcoolizado, nem beber ele bebe mais, está sendo ensinado nas ministrações da escola biblica à luz da Palavra, no discipulado, e se desejar seguir a diante, provavelmente se tornará um de nossos pastores.
Outro rapaz, um dos confusionistas, estava sempre machucado quando chegavámos, quase perdeu o lábio inferior por uma mordida nas muitas brigas em que se envolvia. Ele fumava muito, inclusive maconha, mas já não fuma mais e quando perguntei porque ele decidiu parar, ele me respondeu`"porque quero seguir a JEsus". É assim que Jesus tem feito a obra na vida deles, trazendo libertação, a verdade da Palavra realmente liberta, estão crescendo muito espiritualmente com os ensinos Biblicos.
Outro rapaz que nunca falava nada em nossas reuniões, mantendo-se sempre distante, já se aproxima e começa a se envolver com comentários impressionantes e me surpreendeu ao me mostrar que tem guardado todas as apostilas que temos distribuido. Como eles perdem tudo, temos distribuido apenas as páginas que ministraremos no dia, e para eles, o fato de estar sendo dado apostilas está sendo motivador, pois estavam a muitos anos sem contato com qualquer atividade que lembrasse escola.
Estamos ensinando-os a orar, e quando oram... uauuu... Deus em pessoa parece vir recolher o que eles "lançam" aos céus. Domingo passado, um deles me surpreendeu orando "Pai obrigada por ter levantado nosso espirito, queremos ser livres". Eles tem alcançado uma profundidade muito rápido, realmente onde abundou o pecado superabundou a graça. Eles não tem pressa de terminarem nossas reuniões como vemos acontecer nas nossas luxuosas igrejas no Brasil, mas ficam ali participativos até o final (apesar de termos que ter um bom "jogo de cinutra" para ministrar de forma intensamente dinâmica, senão eles dormem)! E não é força de expressão, eles dormem mesmo.
Alguns deles oraram nesse domingo com tanta verdade, que a presença de DEus veio tão forte que o nosso amado pastor João quase não se aguenta de pé. Na semana passada 12 deles se converteram e mostraram frutos. Isso na verdade que está hoje, é fruto de quase dois anos de relacionamento do pastor João com eles.
Antes, sempre que chegavamos lá, sempre tinha alguem enfaixado ou com pontos porque lutavam entre eles, mas desde então, não há mais brigas, eles dizem que sentem o amor de DEus no meio deles, há paz.
Enquanto não temos nosso centro de formação , não queremos nos limitar ás dificuldades e estamos "cavando " oportunidade para que eles voltem a vida acadêmica e profissional. Por favor, orem por isso.
Temos investido com todo o amor que podemos em extrair o melhor que há neles, assim como Jesus fez e vocÊs que tem orado por nós, fazem parte disso!
Com amor
Adna Marques

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Um sepultamento de muitas lições




Esse foi um final de semana extremo para nós.
TRabalhamos com 3 grupos de moradores de rua. Em um desse grupos tinhamos uma pessoa um tanto peculiar, um senhor de idade que morava a tantos anos na rua, que já havia se perdido da realidade de uma vida digna. Em todos esses nossos meses em Luanda, nunca o vi sóbrio. Estava sempre alcoolizado, trazendo uma certa confusão para nossas reuniões de adoração e ministração com os rapazes.

Foi quando numa manhã, recebi um telefonema de um dos rapazes desesperado, pois Ginga, esse senhor de quem acabei de falar, havia amanhecido morto. O que aconteceu foi, que no dia anterior, ele teve vários ataques epiléticos e desmaios causados pelo efeito de anos seguidos de cosumo de alcool. Para esses rapazes, a perda de Ginga representava a perda da unica figura paterna que tiverem por anos a fio. Estavam muito abalados.

Para nós, o mais fácil seria apenas dar os pesâmes e deixá-los se virarem com o restante, afinal de contas, para a sociedade, Ginga era só mais um mendigo, morador de rua que não fará nenhuma diferença. Mas é nessas horas que temos a oportunidade de expressarmos o amor que vai além de palavras. Para nós, ele tinha todo o valor.

Aconselhamos muito eles, pois segundo o que estavam acostumados, tinham que beber muito para expressar a dor do luto. Ficamos por 4 dias seguidos com eles, todos os dias, mostrando à luz da Palavra de DEus que a bebida os estavam levando para a morte também. Eles não bebem só por diversão , bebem porque não sabem enfrentar situações dificies, estão acostumados a sempre fugir, motivo esse que levou a muitos deles a morarem na rua. Estavamos incansáveis em ensiná-los o caminho da verdade.

No dia do sepultamento,vivemos um dos dias mais extressantes emocionalmente falando desde que chegamos. O nosso amado Pastor João estava viajando, então nos reunimos em 3, eu, Nandinho (que está sendo treinado para ser um dos lideres desse trabalho)e nosso amigo minisitro do louvor Flávio para "liderá-los". E como foi dificil essa missão.

Como é o costume aqui, os rapazes foram ao necrotério dar banho no corpo do falecido e vesti-lo. O Nandinho, me explicou que isso é comum aqui, a familia é que tem essa responsabilidade como sinal de respeito a pessoa falecida. Assim como eu fiquei surpresa com isso, ele também ficou surpreso quando disse que para nós, no Brasil a casa funerária é que faz esse trabalho. Os choques culturais podem ser um tanto assustadores, mas podem ser vividos de forma pacifica, e assim temos decido viver aqui, respeitando a cultura naquilo que for possivel.

Mas foi aí onde toda a confusão começou, até então estavam todos sóbrios, mas sairam lá de dentro, totalmente bêbados. Fomos o caminho todo no carro atrás da caminhote que carregava os meninos e o caixão. Por várias vezes tinhamos que parar, pois uns pulavam do carro, brigavam uns com os outros, provocavam as pessoas na rua. Foi uma gritaria e uma confusão que parecia não ter fim. Lembro-me bem de algumas vezes que tive de buzinar para eles dando sinal para jogarem fora os cigarros de maconha que um deles tirava de sua bolsa em forma de coquinho. E assim, DEus fez de nós um freio para eles naquela tarde. Por respeito a nós, não se excederam a isso.

Mas no meio de tanta confusão, quando estavamos estremamente bravos por eles estarem agindo daquela forma, o amor de Deus por eles falou mais alto. Pudemos sentir no trajeto até o cemitério, o amor de Deus cotagiar nossos corações e nos mostrar que estavámos ali não para julgá-los e não para exigir deles uma mudança rápida, mas para simplesmente amá-los e continuarmos ensinando o caminho da Vida. E foi quando DEus abriu nossos olhos, e pudemos ver as coisas com mais clareza, por mais que estivessem alguns deles embreagados, os que estavam sóbrios nos deram grandes lições do que uma vida transformada pode suportar por amor a Jesus. Vimos muitos deles tão firmes na decisão de seguir a Jesus e de não beber, de não aceitar provocações e de serem pacificadores. Ficamos aliados por vermos que muitos apresentaram frutos de arrependimento naquele dia. É o que nos dá esperança.

Ao chegar no cemitério, me chamou atenção dois grupos distintos que estavam enterrando seus queridos. Em um dos grupos as pessoas choravam e lamentavam gritando alto, enquanto no outro grupo dançavam. Que dança linda, eles dançavam com tanta paixão. Fiquei um bom tempo observando-os atraida por aquela dança, aquelas mulheres vestidas tipicamente com roupas africanas, dançavam com tanta verdade. Mais uma vez perguntei ao Nandinho, porque aqueles grupos estavam reagindo de forma tão diferente. A resposta me encheu de alegria e paz. Ele me disse que aquele grupo que enterrava seu querido dançando, dançavam pois eram evangélicos e aqueles que estavam ao lado lamentando (também "normal" dentro da cultura) e fazendo um verdadeiro escândalo, não. A Africa é rica em detalhes culturais. Mais uma vez, nessa terra, aprendi uma grande lição sem palavras.

No fim, na primeira vez que ministrei num funeral, foi rodeada de meninos brigões que quase colocaram o cemitério de pernas pro ar, mas não mudaria nenhum segundo do que Deus decidiu ser o melhor Dele pra mim. Aprendi muitas lições naqueles dias onde, por um milagre de DEus, resultou em muitos frutos. Agora, esses meninos nos chamam de familia, e o nosso lindo pastor João ocupa de vez a figura paterna, o referencial de pai deles.

Ainda havia mais um dos costumes a cumprir. Um grande almoço. DEpois de enterrar um ente querido a familia tem que oferecer um almoço para os convidados, isso é indispensável. As mulheres da igreja fizeram um baquete, do que eles mais gostam, peixe frito, com feijão no oléo de dendê, com batata doce e mandioca, a para ser completo, gasosas (refrigerantes).
Um dia depois, sentemos com eles para uma conversa que durou horas, o Nando ministrou eles com muito poder, viram o que fizeram, pediram perdão para nós e uns para os outros, se abraçaram, resolveram conflitos e pendencias de relacionamento uns com os outros. Foi lindo.

Um novo ciclo começa em nosso grupo, pois agora, realmente ficaram com seus corações abertos para nós, a sua nova familia.
As situações extremas nos levaram a um amor extremo que resultou em pequeninos frutos de arrependimento que poderá crescer e trazer uma mudança de vida para eles, se assim decidirem! Mesmo que apenas um se salve, tudo terá valido a pena !!!

Com amor
Adna Marques

domingo, 2 de novembro de 2008

Revolução no campo de missões





Mas não é sobre Angola que quero falar nesse post, gostaria de compartilhar com vocês sobre os missionários que aqui estão. Jesus vem por todas as nações procurando homens e mulheres que não se conformam com as coisas deste mundo, para lançá-los às nações como flechas que tem rumo certo, para atingir Seu coração por onde quer que andarem.
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Esse é o tempo de um grande despertar nessa área de missões. Deus está levando muitos missionários nesse tempo a dobrarem seus joelhos para movimentarem aos céus em intercessão a favor de uma revolução no campo de missões da Igreja. O antigo sistema tem deixado muitos missionários mortos espiritualmente, abandonados no campo. Ah, como os missionários tem sido valentes em suportar (por amor a Deus e as nações que lhes foram dadas por herança) as pressões de seus pastores que a toda hora ameaçam cortar o sustento financeiro se não for lhes apresentado o resultado imposto. Aqui em Angola, não foi apenas a guerra armada que deixou mortos, a violência de muitas lideranças para com seus missionários, também!

Por isso, a importância de todos que nos acompanham estarem orando, não apenas por nós, mas por todos os missionários que hoje estão nessa terra tão amada por Deus, e por nós. Nos tempos que estão por vir, missionário doente de alma não consegue prosseguir. É fácil nos lembrar de orar por um derramar de Deus, por um avivamento na nação Angola, mas não se esqueça que esse derramar vem através de vasos, homens e mulheres que tem suportado até o sangue e que realmente precisam de cura, de liberar perdão por todas as dores que suas denominações causaram, pela intolerância de muitos lideres, e por tantos outros motivos que não conseguiria descrever, para que sobre tudo , prevaleça o AMOR.

Agradeço a Deus pelo Corpo de nossa igreja no Brasil que nos enche de tanto amor e de tanto carinho, não temos nem como agradecer. Agradeço a Deus por minha família e amigos que são como braço forte que sempre me impulsionam para a vontade de Deus, por meu pai Pastor Mariano que me ensinou a amar tanto a África, minha mãe Elda e vovó Enedina que sustentam minha vida em oração.
Como é bom ter em nossos pastores, Bispo José Luiz e Bispa Zélia, nossos melhores amigos que acreditam em nós e nos amaram tanto a ponto de extrair o melhor que havia escondido em nossos corações. Mas nem todos tem esse privilégio, e aqui tenho visto muitos missionários sofrendo dores terríveis, dores de ressentimento, de solidão !


Que venha um novo tempos sobre o campo missionário-

OREMOS POR MISSÕES.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Ajuntamento só para crianças II






















Esse foi mais um sábado especial. Estivemos em mais um bairro fazendo ajuntamento com crianças. O sol estava tão quente, estávamos literalmente pingando de suor. Pela falta de costume com o clima, podiamos sentir a moleza nos nossos corpos, mas quando Deus está num lugar, a presença Dele nos enche de tanta paz e alegria que nos sentimos fortes .

Como de costume, fazemos os ajuntamentos nos bairros, em parceira com uma Igreja local que se responsabiliza por cuidar daquelas crianças que forem atraidas. Essa igreja onde estivemos nesse sábado, também é muito especial, fomos tão bem recebidos. Como é bom e agradável andar em unidade, valorizar os ministérios uns dos outros e valorizar o que cada irmão representa para o Reino, nos esforçar juntos é realmente um segredo para que nos tornemos sempre mais fortes diante das lutas nesse mundo tenebroso. Amar sem medo é a melhor coisa que nós como Noiva podemos experimentar. O amor é a maior riqueza do Corpo de Cristo.

Iniciamos a programação com musicas e dança. Tenho seguido o conselho de minha mãe espiritual, bispa Zelia ,que a anos tem sido formada para ser uma harpa nas mãos do Autor da Musica e levar as crianças a expressar seu amor a Deus com liberdade, com danças e festa.

E foi exatamente isso que aconteceu, uma verdaeira festa. Quando peguei o violão para ministrar o louvor, senti uma plenitude do Espirito tão grande que não havia como não festejar e dançar na presença de Jesus, Ele estava lá. A correspondência das crianças foi algo tão intenso, tão vivo!

A medida que as crianças pulavam de alegria e dançavam, a atmosfera foi se tornando cada vez mais profunda em Deus. De repente estávamos todos da equipe, até mesmo os mais velhos e até mesmo os mais tradicionais, estávamos todos, dançando em festa com aqueles lindos adoradores que entregaram uma adoração tão pura e real que até agora deve estar ressoando no mundo espiritual.

Enquanto cantávamos "se o Espirito de DEus se move em mim, eu danço como rei Davi", parei para olhar aqueles rositnhos tão simples, e pude entender que mais do que formar essa nova geração, mais do que alimentá-los (estamos tendo a alegria de entregar caixas de cereais e sacos de biscoitos), o que realmente fará a diferença é amá-los a ponto de levá-los a uma experiência genuina com o Pai. Deus está levantando uma nova geração pura para ELe, é um privilégio fazer parte disso, ainda que para isso, tenhamos que morrer para este mundo e principalmente, para nós mesmos.

Que cada um de vocês que tem acompanhado nossa missão de amar, orar e servir em Africa, possam sempre orar por nós, incansávelmente, pois sem essa cobertura ficaria tão dificil construir algo para DEus nessa terra amada. A oração de vocês provoca reações em nossos ajuntamentos com os pequeninos.

Obrigada e até sabado que vem, onde estaremos num bairro extremamente pobre, onde moram muitos (muitos mesmo) refugiados da guerra. É ali que meu coração desejava ir desde que chegamos em Luanda, estou ansiosa. Que o amor do Pai os alcance e deixe uma marca em seus coraçõezinhos !

PS: Gostaria de pedir que vocÊs não se esqueçam de orar por TODOS os missionários que hoje estão em solo africano, a guerra espiritual é realmente muito intensa, que todos possam ser despertados para o maior nivel de guerra espiritual: adoração !!! E também não se esqueçam em suas orações de Heide e Holand Baker e sua equipe, que estão lá do outro lado da costa africana, em Moçambique (no lado oposto de nós) , mas que amamos como se estivessemos todos sentados numa só cadeira diante da mesa do banquete.
Com amor
Adna




segunda-feira, 13 de outubro de 2008

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Ajuntamento só para crianças











Hoje tivemos a grande alegria de fazer um ajuntamento só para crianças. Como Angola é um campo fértil para trabalhos infantis, sem nenhum esforço ou grande divulgação, tivemos conosco cerca de 960 crianças.

Estivemos nos reunindo num bairro chamado Morro Bento, ali não há água encanada e o saneamento básico é inexistente. É impressionante a quantidade de crianças na rua a brincar, sem nenhuma atividade construtiva para elas.

Vemos lixo e entulho por toda parte, a pobreza esmaga os sentidos óbvios de vida do ser humano. As pessoas se acostumam a viver em meio a sujeira e às moscas, passam a conviver nesse ambiente normalmente sem ao menos ter qualquer tipo de ação para trazer qualquer mudança.

Estamos formando uma equipe interdenominacional, constituída por pastores e missionários brasileiros. Estaremos por todo o mês de Outubro, percorrendo vários bairros das periferias de Luanda, associados à Igrejas locais, fazendo cultos para crianças e distribuição dos quase 13.000 itens de alimentos que recebemos de uma grande empresa alimentícia daqui.

Para nós, esse está sendo grande motivo de alegria, como é bom podermos dar não apenas alimento espiritual como também físico.

Meu coração ficou apertado ao ver tantas outras crianças se empurrando do lado de fora da Igreja que nos acolheu. Não havia mais como entrar mais crianças, pois poríamos a segurança delas em risco. Eram tantas crianças do lado de fora disputando um pequena brecha nas janelas para ver o que estávamos fazendo. Ah como meu coração desejava que todos pudessem entrar, foi muito difícil fechar as portas. Mas a Igreja que nos acolheu ainda está em construção, o teto é uma simples telha de eternit, e as vigas que o sustenta são madeirinhas improvisadas, os bancos são longos bancos de madeira também feitos à mão. Se entrassem mais crianças certamente colocaríamos a integridade física dessas crianças em risco. E o pior é que estávamos tão ocupados em amar os que estacam dentro que nem conseguimos ir ter com os que estavam fora. Precisamos de mais adoradores em nossa equipe, por favor, orem para que Deus nos una aos adoradores que estão espalhados por Angola, que tenham este coração em comum.

Enquanto estamos ali com aquelas crianças, somos tomados pelo amor do Pai por cada uma delas. O desejo de amar cada uma com o mesmo amor de Jesus nos contagia e nos leva a ter cada dia mais desejo pela manifestação da Sua glória nessa terra tão amada, Angola. Como é gratificante estar no meio dos pequeninos, é justamente onde não há aparência que Ele aparece!

Cantamos, dançamos, batemos palmas, contamos historinhas bíblicas, damos ao pequeninos de comer, mas nada se compara ao dar uma abraço com a extensão dos braços de Jesus. Como é maravilhosa sensação de sentir sair de nós virtude, essa é uma experiência que nunca esqueceremos.

Ao terminar e ao terem ido embora todas as crianças saíram satisfeitas com suas caixas de cereais e biscoitos, paramos para orar e agradecer a Deus por este presente que nos deu, a honra de cuidar dos Seus pequeninos.
Ali orando com o pastor daquela humilde igreja, paramos para meditar em como o Brasil está tão cheio de grandes e luxuosos templos, ministérios tão ricos mas que vivem tão pouco o Reino. No meio de ripas e chão de terra, pudemos viver um dia de glória. Como disse esse lindo pastor que nos acolheu, pastor Paulo, um violão não poderia ser tocado com apenas uma mão, ou sem os dedos, assim o Reino não pode se manifestar sem que o Corpo de Cristo esteja em unidade. Que a Igreja no mundo seja esse instrumento nas mãos de Deus, para emitir esses sons de vida, de amor. Que venha um despertar sobre a noiva que a traga de volta ao primeiro amor.




sábado, 13 de setembro de 2008

Motivações corretas



Lembro-me bem daqueles cultos de milagres, onde vivemos grandes manifestações de curas, numa simples garagem de um bairro da periferia de Brasília. Passávamos o dia todo indo de casa em casa, de rua em rua, convidando os enfermos para um encontro com Jesus.
Ali estávamos nós, com cadeiras improvisadas, um microfone, um violão e muita sede pela manifestação da glória de Deus.

Quem dirigia os cultos era o bispo José Luiz, recém saído de um grande ministério onde pregava para milhares, agora num novo e vivo caminho, onde os humildes, os necessitados, as viúvas e os enfermos se tornavam casa vez mais a “capa de Elias de nosso ministério, a verdadeira porção do que Ele queria de nós. Ele nos tirou dos grandes templos, do lado dos grandes ministros de Deus, para fazer de nós pedras vivas em meio aos pequeninos.

A atmosfera era intensa, a equipe de intercessão como sempre estava tão bem posicionada, não para ficar no cantinho com as mãos erguidas aos céus, mas para estar no meio do povo, com os braços estendidos como a extensão do abraço de Jesus. Em cada vida, derramávamos amor , crendo que essa seria a maior intercessão para cobrir aqueles cultos.

Todos nós vibrávamos quando alguém era curado, mas uma senhora de cadeira de rodas foi a grande marca de Deus em meu coração quando o assunto é cura.

Essa senhora de quem falo, tinha um grave nível de diabetes, já havia perdido os sentidos das pernas há três anos, tempo esse que jamais movimentou sequer um dedo dos pés, completamente inerte.

Qual o adorador de Deus que não sonha em orar por um paralítico e esse sair dançando glorificando o poderoso nome do Deus curador, Jeová Rafá? Mas na maioria das vezes idealizamos a forma de Deus ajir, no meu caso, eu imaginava em meu coração desfocado dos verdadeiros princípios divinos, que manifestações como essa combinam com palcos, holofortes e olhares, afinal, que todos vejam o que Deus pode fazer. Foi nesse dia que aprendi como Deus prioriza a motivação dos corações de Seus ungidos, ali no meio da simplicidade.

Nos aproximamos dela, eu, o pastor Joacir que a essa altura já havia largado seu violão e o Jeferson, baterista de nossa igreja que sempre estava dando suporte. O culto tinha de continuar sem nós, porque estávamos crendo que aquela senhora com um semblante tão duro e sofrido, sairia de lá andando. Oramos intensamente por ela, o fogo do olhar de Deus era sentido em nossos corpos, ELE estava lá. Ao longo do tempo, esse fogo foi se fazendo sentir, nela também. Não parávamos de orar, quando de repente , nunca vou me esquecer daquele olhar, ela levantou a cabeça e pela primeira vez nos olhou nos olhos e sorriu. Sorriu porque estava sentindo fogo em suas pernas. Seus dedos, começaram a se movimentar, a emoção daquela irmã até hoje me emociona, depois de três anos sem nenhum movimento, ela podia começar a experimentar o que os movimentos do Todo Poderoso pode causar no corpo do homem. Antes que o culto terminasse aquela linda senhora, já sorria de pé. Aleluia!

E foi nessa atitude dela levantar daquela cadeira de rodas, que me trouxe o maior de todos os ensinamentos que Deus poderia ter me dado para servir de base para o amadurecimento sadio da minha vida ministerial.

Quando ela se levantou, eu fiquei muito emocionada, eu chorava dizendo “finalmente a minha promessa de viver pessoas de cadeira de rodas curadas se cumpriu.” Imediatamente o temor do Senhor veio sobre mim, imediatamente toda euforia deu lugar a voz severa de Deus em meu Espírito “você nunca pode se alegrar na cura de alguém pensando em você, ali existe uma pessoa que sofre, a verdadeira motivação seria você se alegrar porque alguém que sofre recebeu alivio das dores. A sua alegria deve ser pela pessoa, e nunca por você, porque sem a motivação correta, o ministério de cura se torna invisível para mim e se perde da verdadeira essência do amor”.

Nossa, como essas palavras ainda latejam em meu coração. Quatro anos se passaram desde esse fato, hoje posso alimentar o ministério que Deus nos está dando de visitas e evangelismo em hospitais para crianças e para adultos, tendo sempre como foco, as verdadeiras motivações. Como eu gostaria de ter dado um abraço bem amoroso naquela senhora, como eu gostaria de poder tê-la amado mais. Que fique essa lição para nós, que sempre olhemos para as pessoas como pessoas de valor para Deus, e não como objetos que usamos para suprir nossas necessidades de nos sentirmos “usados” e bem sucedidos em nossos ministérios.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

DEIXE VIR A MIM OS PEQUENINOS







Queridos, por toda essa semana estive participando de um seminário ministrado por brasileiros, num centro de missões aqui de Angola chamado Aliança Evangélica., com o objetivo de trazer um despertar da necessidade da Igreja assumir a responsabilidade para com os pobres, os órfãos, as viúvas para viver de fato o Reino.

Pude conhecer muitos missionários, e irmãos das outras denominações, isso foi lindo, ver a mão de Deus trazendo uma unidade incrível, movendo um ambiente de amor entre todos apesar das diferenças, mas com o coração em comum disponível para amar e servir. Deus realmente está agindo, provocando unidade, Ele realmente está interessado em trazer um tempo totalmente profético onde os Seus pequeninos estejam acolhidos.

Dentro da parte prática do curso, fomos separados por equipes, com 5 participantes. Recebemos 1.000,00 Kwanzas (moeda local). Mas não pensem que mil kwanzas são como R$1.000,00, na realidade seria em torno de R$ 20,00. Teríamos que fazer um impacto na comunidade usando apenas esse recurso financeiro, a equipe de 5 integrantes e toda criatividade possível. Cada equipe fez um impacto diferente, mas nossa equipe, ao sair às ruas para observar a necessidade da comunidade, saltou aos nossos olhos o grande numero de crianças soltas nas ruas, sem nenhum tipo de atividade, literalmente sem ter o que fazer. Diante do texto de Marcos 5, reconhecemos a ótima oportunidade de facilitar o encontro dessas crianças com Jesus, fazendo um cultinho com brincadeiras, ministração com fantoches, pipoca(a única coisa que deu para compramos com o dinheiro)., muita musica com louvorzão onde elas participaram ativamente, com os olhares curiosos dos gestinhos que as musicas pediam, até toquei violão acreditam?hihihi

Cada criança ali, era vista aos nossos olhos como nosso grande tesouro, é o que elas são.

As vezes, chamamos o avivamento e o idealizamos de uma forma que não nos traga nenhum compromisso, ou que venha sem esforço, que simplesmente venha uma chuva de fogo e bang, tudo novo se fará!. Precisamos nos dar conta que Deus se manifesta em pequenas coisas e principalmente através de ações de amor. Em cada sorriso de uma criança violentada pelos pais, em cada abraço que pode trazer cura, em cada semente de amor que podemos plantar em cada coraçãozinho. Deus ama tanto quando a Igreja acolhe os necessitados, que é justamente em meio a eles, considerados pequeninos diante do homens que temos visto Deus se manifestar com grandes coisas, poderosas manifestação.

Pudemos viver isso nessa manhã, um grande milagre, também relatado no texto bíblico que escolhemos como tema para nossa atividade. Multiplicação! Havíamos previsto cerca de 100 crinças, então compramos 100 saquinhos de pipoca. Mas as espectativas foram superadas, apareceram , 250 crianças (que pudemos contar). Então, oramos, não poderíamos levantar outros recursos finaceiros segundo as regras da atividade, para que fosse mostrado a todos que não +e necessirio muito para fazer um impacto que gere frutos de vida. Então, diante da situação onde a pipoca não daria para todos, oramos pedindo a Deus sua ação multiplicadora. Seria muito frustante para aquelas crianças, se apenas 100 comessem e os outros 150 ficassem com fome. O fato é que tiramos as pipocas dos saquinos e os jogamos numa bacia, fomos colocando as pipocas em copinhos e cada criança que recebia, diante do sorrizo que nos davam, nos enchia de vida. Humanamente, seria impossível, dar pipoca a todos, mas quando estamos disponíveis a trazer o Reino, em ações de amor, Ele transforma o natural em sobrenatural. Quanto mais distribuíamos as pipocas, mas notávamos que a bacia continuava cheia. Começamos a notar que as crianças repetiam e a bacia não se esvaziava. Dízimos entre nós “meus Deus, não acaba nunca”. Espalhamos a noticia que ainda estava sobrando pipoca mesmo depois deles saírem do local, a bacia não esvaziava. A pipoca só acabou quando aquelas 250 crianças param de pedir e estavam satisfeitas.

O resultado da mão de Deus agindo é sempre uma surpresa. Todas as equipes decidiram continuar o trabalho naquela comunidade chamada Morro Bento, formando uma equipe interdenominacional (um grande milagre), onde uma vez por mês , nos reuniremos para amar, orar e servir os pequeninos e também levar o amor de nosso amado Jesus aos hospitais.

A todos que nos acompanham e eram por nós, muito obrigada. Que cada um possa viver o “vá e faça mais do que fiz”. Que venha nós, o Teu Reino.